A Associação de Municípios do Alto Uruguai (AMAU) realizou, na tarde desta segunda-feira, 1º de agosto, mais uma reunião com a Creral para tratar sobre o sistema de energia solar fotovoltaico nos municípios. Participaram do encontro integrantes do Grupo Técnico formado pela AMAU para esta finalidade: o prefeito de Barra do Rio Azul, Marcelo Arruda; o prefeito de Cruzaltense, Joarez Luis Sandri; o secretário executivo Dino Tomazelli; e o assessor jurídico Marcos Gritti. Eles foram recebidos pela equipe técnica da Creral: vice-presidente Umberto Francisco Toazza, assessor jurídico Luis Fernando Faller, analista de contratos Fabiula Zatti, gerente da área técnica Roberto Natal Perin e gerente comercial Waldir Luiz Pawlak. O objetivo do Grupo Técnico é encontrar soluções para os agricultores da região, clientes da Creral, que não estão conseguindo incluir o sistema solar em aviários, salas de ordenha e pocilgas, para poder gerar energia e compensá-la na sua conta.
INFRAESTRUTURA COMPLEXA.
Na reunião, os técnicos da Creral explanaram sobre o problema complexo de infraestrutura, necessitando de melhoramentos na rede, no cabeamento e em equipamentos. Conforme explicaram, toda a energia excedente que entra na rede atendida pela cooperativa de energia elétrica pode gerar sérios problemas, pois poderá queimar equipamentos e gerar vários transtornos para os agricultores. Eles falaram que a troca de cabeamento resulta em um investimento muito elevado, assim como é alto o custo de um regulador de tensão.
Outro fator é que estão aguardando uma regulamentação da ANEEL para poder fazer com que esta energia excedente possa vir a ser creditada na RGE ou outra empresa que compre energia. Aproximadamente 70 cooperativas de energia elétrica do país estão aguardando a audiência pública que a ANEEL prevê realizar em dezembro.
AMAU PARCEIRA.
Segundo o prefeito de Barra do Rio Azul, Marcelo Arruda, “a AMAU se colocou à disposição, junto com a FAMURS e a Confederação Nacional dos Municípios, para fortalecer esse movimento e explicar para a Agência Nacional de Energia Elétrica que é importante ter essa regulamentação, porque os nossos agricultores precisam colocar esta energia solar funcionando para poder viabilizar um aviário ou outro empreendimento na sua propriedade, fundamental para o seu sustento e geração de renda”, afirmou Arruda.
A Creral atualmente não está permitindo a inclusão desses novos sistemas e tem inclusive decisão judicial garantindo isso para não gerar um caos, uma vez que a produção de energia está sendo acima da demanda e não se tem capacidade técnica para recebê-la.
DESAFIO.
Um dado importante apresentado é que a energia é algo que não tem como acumular, ela tem que ter um destino. No meio rural, o pico de produção e consumo de energia é das 5h às 9h e das 17h às 20h. Já a produção da energia solar acontece das 8h às 16h. Como a Creral atende o público do meio rural, há dificuldade de jogar essa energia excedente, podendo gerar um colapso no sistema. Os técnicos foram categóricos em afirmar que este é um grande gargalo que está se buscando solução com a ANEEL, assim como a venda desta energia para outras companhias, o alto custo dos investimentos em tensores, como vai ser paga esta conta e como viabilizar o sistema e sem onerar os consumidores de energia.
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