A taxa de incidência de dengue na região Norte do Rio Grande do Sul, ou seja, a quantidade de pessoas com a doença a cada 100 mil habitantes, é uma das mais altas do País. A doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, assim como a zika e a chikungunya. O gaúcho Lúcio Eismann foi uma das vítimas do mosquito. Ele teve zika e relata como foram os sintomas.
“Eu comecei a sentir, enquanto trabalhava, seguido de dores nas juntas, começou a inchar os meus gânglios. E, então, depois disso, começou numa segunda, numa quarta-feira, antes de me deitar, eu desmaiei no banheiro, desacordei. Quando acordei, ‘tava’, por incrível que pareça, todo empipocado, corpo avermelhado, que é o que é o mais feio da doença, assim, tu ficar com o todo o corpo vermelho.”
O município de Erechim registrou um alto índice de infestação do mosquito transmissor da dengue. No ano passado, mais de duas mil pessoas foram diagnosticadas com a doença. O aumento nos casos fez com que as autoridades de saúde locais intensificassem as ações de combate a proliferação do Aedes aegypti.
O coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka, explica que, hoje, mais de 70% dos casos de dengue se concentram em menos de 200 municípios do País. Mas ele lembra que isso não quer dizer que as cidades próximas não devam se preocupar.
“O vírus da dengue tem um potencial de distribuição geográfica muito rápida e muito grande, tanto que se a gente pegar regiões onde a gente tem uma baixa transmissão que sejam contíguas, principalmente regiões metropolitanas, regiões vizinhas, a gente vê essa expansão muito rápida. Porque a gente tem o vetor. O vetor estando presente, isso faz com que a gente tenha uma maior transmissão e as pessoas infectadas transitam por essas regiões.”
Situação do País.
O Brasil registrou queda 42,6% no número de casos prováveis de dengue entre 2020 e 2021. No ano passado, foram notificadas 543.647 infecções, contra 947.192 em 2020. Os dados são da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Entre os casos de zika, houve uma pequena redução de 15%, passando de 7.235 notificações em 2020 para 6.143 em 2021. Já a chikungunya registrou aumento de 32,66% dos casos, com 72.584 em 2020 e 96.288 no ano passado.
O sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Brasília, Claudio Maierovitch, destaca que 2020 foi um ano de muitos casos e, por isso, não se deve relaxar com a queda de contágios em 2021. “Mesmo não tendo havido aumento de um ano para o outro, essa não é boa comparação, uma vez que o ano anterior foi de números altos”, alerta.
Cuidados necessários.
Devido às altas temperaturas e às chuvas abundantes, o verão é o período do ano em que os ovos eclodem e acarretam o aumento de infecção por dengue, chikungunya e zika. Por isso, fique atento às dicas para evitar a proliferação do mosquito
- Vire garrafas, baldes e vasilhas para não acumularem água.
- Coloque areia nos pratos e vasos de plantas.
- Feche bem os sacos e lixo.
- Guarde os pneus em locais cobertos.
- Tampe bem a caixa-d´água.
- Limpe as calhas.
Os ovos da fêmea do Aedes aegypti podem ficar incubados durante um ano e eclodir em apenas cinco dias quando entram em contato com a água. “É preciso manter os cuidados durante todo o ano por 365 dias”, reforça o coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde, Cássio Peterka.
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