O boletim semanal com os preços dos combustíveis, divulgado pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) no sábado (9), mostra que o valor na bomba do etanol subiu 58% desde outubro de 2020. A disparada criou distorções como a vista no Amapá, estado no qual ele custa mais do que a gasolina. O resultado só foi possível porque no Amapá encontram-se ao mesmo tempo o etanol mais caro do país, com preço médio de R$ 5,880 o litro, e a gasolina mais barata: R$ 5,350.
No período de um ano, todos os combustíveis subiram bem além da inflação (de 10,25%, segundo o IBGE). O etanol saltou de R$ 3,006 para R$ 4,775 (58,84% a mais), a gasolina comum foi de R$ 4,358 para R$ 6,117 (40,36%) e o óleo diesel, que era R$ 3,454 o litro, agora está em R$ 4,961 (43,63%).
Alta do diesel deve elevar piso do frete; caminhoneiros podem parar.
O GNV (gás natural veicular), procurado pelos motoristas que tantam fugir das altas constantes da gasolina, foi reajustado em 43,48% desde outubro de 2020, quatro vezes mais que a inflação. O metro cúbico era encontrado por R$ 2,879 e hoje custa R$ 4,131.
A ANP também divulga o preço do gás de cozinha, que ficou 37,78% mais pesado em um ano às famílias. O botijão de 13 quilos é vendido por R$ 98,67 no país, em média.
Etanol ou gasolina?
A conta simples que os consumidores costumam fazer para ver se vale ou não a pena usar etanol nos carros flex pode ser deixada de lado por enquanto. Em todos os estados do Brasil, não compensa a aposta na primeira opção.
Ainda que o desempenho de alguns carros modernos vendidos no país desminta a eficácia dessa regra, se o etanol custa até 70% do preço da gasolina, ele será o combustível mais econômico, mesmo rodando menos quilômetros com litro. Se está acima dessa marca, a gasolina é a melhor escolha.
No Amapá, o estado fora da curva no boletim de sábado, a proporção é de 109%. No Rio Grande do Sul, onde um posto de Bagé cobra o etanol mais caro do país, a R$ 7,099, a conta fica em 97,54%. Os dois estados que mais se aproximam da marca de 70% estão no Centro-Oeste: Goiás, 74,31%, e Mato Grosso, 73,67%.
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