O governo do Estado define nesta semana quais serão os novos parâmetros do modelo de Distanciamento Controlado para o enfrentamento da pandemia do coronavírus, que atinge seu pior momento no RS. Apesar das pressões políticas e de setores econômicos no sentido contrário, o estabelecido até agora é que as medidas sejam mesmo de regras mais rigorosas nos protocolos da bandeira vermelha do modelo, uma vez que o governo se prepara internamente para curvas ascendentes de números negativos pelo menos até a metade de abril, e para alcançar a marca de 20 mil mortos ao longo das próximas semanas. O entendimento entre técnicos é de que há verdadeiros “saltos” em partes dos protocolos de determinadas atividades entre a bandeira vermelha e a preta que precisam ser corrigidos em função do alto risco de transmissão que embutem.
A avaliação por enquanto é de que não ocorram mudanças nos protocolos da bandeira vermelha para a indústria, para a construção civil ou para os serviços domésticos. Os últimos já tiveram flexibilização significativa inclusive nos protocolos de bandeira preta. Na indústria e na construção civil, as regras para as bandeiras vermelha e preta são muito próximas ou idênticas. Já os serviços de modo geral estão sob análise e parte deles tende a ter os protocolos de bandeira vermelha ajustados de forma a aumentar o rigor. Ainda não há definições específicas, e o cruzamento de informações se estenderá por toda a semana. Mas são alvo de especial atenção bares, lancherias e restaurantes; serviços de higiene pessoal, como cabeleireiros e salões de beleza; auditorias e consultorias; academias; clubes recreativos; e casas de espetáculos e similares em ambientes abertos, entre outros.
O entendimento é de que as vezes pequenos ajustes, somados, podem ter um efeito de contenção que alivie um pouco os números. Apesar disto, a pressão de diferentes setores econômicos e políticos é tão forte que entre técnicos que trabalham nos protocolos, as adequações são comparadas a “caminhar sobre cacos de vidro.” “O governo determinou esta parada e não podemos perder o que conseguimos nas duas últimas semanas. É necessário fazer algo que consiga conter de forma bem mais eficiente a transmissão. O modelo será mais rigoroso nos protocolos da bandeira vermelha e vamos precisar de muita colaboração dos prefeitos” adianta o titular da nova Secretaria de Desenvolvimento Regional, Luiz Carlos Busato (PTB).
Busato, que comandou a prefeitura de Canoas até 31 de dezembro, tomará posse na próxima semana. Sua chegada ao governo faz parte do objetivo de conter as disputas políticas e os enfrentamentos feitos por prefeitos à estratégia estadual de combate ao coronavírus. A nova pasta substituirá a atual Secretaria de Articulação e Apoio aos Municípios, hoje comandada pelo também petebista Agostinho Meirelles, que passará a secretário extraordinário de Apoio à Gestão Administrativa e Política.
Especialistas alertam para possibilidade de situação grave se perpetuar até meados de maio .
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