Governo recorre ao TCU e não apresenta plano de vacinação contra a Covid-19.

Advocacia-Geral disse que TCU errou ao listar a Casa Civil como uma das responsáveis pelo plano, pois atribuição seria só do Ministério da Saúde.

Governo recorre ao TCU e não apresenta plano de vacinação contra a Covid-19.
      O governo apresentou um recurso ao Tribunal de Contas da União (TCU) contra a decisão da corte que determinava a apresentação de um plano de vacinação contra a Covid-19. A decisão do TCU é de agosto e dava prazo para a apresentação do plano até a semana passada. O recurso do governo, assinado pela Advocacia-Geral da União (AGU), é de setembro e foi revelado em reportagem desta terça-feira (24) do jornal "Valor Econômico". O TCU determinou que o governo detalhasse o planejamento para compra, produção e distribuição das doses da vacina. Também pedia informações sobre a logística da vacinação.
      O governo não apresentou o plano e alegou que a decisão do TCU contém um equívoco. Segundo o recurso, o tribunal não deveria ter listado a Casa Civil ao lado do Ministério da Saúde como um dos órgãos que seriam responsáveis pelo planejamento da vacinação. Essa atribuição, de acordo com a AGU, é exclusiva do ministério. "É certo também que não compete à Casa Civil a elaboração de planos ou a execução da política nacional de saúde e ações governamentais para a produção e/ou aquisição de vacinas, bem como para a imunização da população em geral. E que apesar do planejamento sobre esse assunto exigir indiscutivelmente a atuação de vários órgãos setoriais, isso não pode justificar, data vênia, a ingerência em competências institucionais próprias do Ministério da Saúde", afirmou o governo. No recurso, a AGU reconhece a importância da apresentação de um plano para as vacinas, mas pede que o TCU reformule a ordem. O recurso deve ser analisado no plenário da corte nos próximos dias, e a tendência é a de que os ministros neguem o pedido da AGU.

 

Plano de imunização.

 

      Farmacêuticas de todo o mundo já estão começando a divulgar seus estudos de fase 3 de vacinas candidatas contra a Covid-19. A previsão é que nos próximos meses as vacinas já possam ser usadas. No Brasil, a última etapa é a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Até agora, o governo federal ainda não apresentou detalhes sobre regras e logística da vacinação. Definição de grupo prioritário, estoque de insumos, treinamento dos profissionais, transporte e aprovação da vacina são alguns dos pontos que devem ser esclarecidos antes da aplicação. O governo já divulgou algumas informações gerais, mas sem especificar os principais pontos:

 

1 - Data de início da vacinação.

 

      O Ministério da Saúde afirma que a vacinação deve ocorrer a partir de janeiro de 2021. A data é estimada considerando que as duas vacinas já negociadas (Butantan/Sinovac e AstraZeneca/Oxford) estão em etapas avançadas de desenvolvimento, ambas na fase 3 dos testes, quando são aplicadas em milhares de voluntários.

 

2 - Total de doses distribuídas.

 

      O Ministério da Saúde afirmou nesta terça-feira (20) que negocia, ao todo, a compra de um total de 186 milhões de doses de diferentes fornecedores e que elas serão distribuídas para todos os estados.

 

3 - Público inicial da campanha.

 

      O ministério afirma que há dois públicos prioritários na futura campanha de vacinação: os primeiros a serem imunizados serão aqueles que fazem parte de grupos de risco e os profissionais da saúde. Apesar disso, o governo não divulgou informações detalhadas sobre quais os perfis dos grupos de risco e com qual cronograma cada grupo será vacinado ao longo do ano que vem.
Fonte(s): G1
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