Não será surpresa se o próximo papa for da África ou Ásia, diz o arcebispo de São Paulo

O arcebispo de São Paulo destacou ainda que o colégio de cardeais nas últimas décadas tornou-se mais internacional.

Não será surpresa se o próximo papa for da África ou Ásia, diz o arcebispo de São Paulo
Reprodução

   O cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, afirmou nesta segunda-feira (21) que não será uma surpresa se o próximo conclave, a ser convocado para escolher o substituto do Papa Francisco, aponte um representante da África ou da Ásia.

  “Ninguém deveria se surpreender se fosse escolhido um cardeal africano ou um cardeal asiático para ser o próximo papa. Está entre as possibilidades e se isso acontecer não quer dizer que a Igreja voltou-se só para a África ou para a Ásia, ou que virou as costas para a América. Qualquer um que for escolhido receberá o cuidado da Igreja como um todo”, afirmou Dom Odilo, durante entrevista na Catedral da Sé, antes de celebrar uma missa em homenagem ao Papa Francisco, morto nesta segunda-feira.

   O arcebispo de São Paulo destacou ainda que o colégio de cardeais passou por transformações nas últimas décadas, tornando-se mais internacional. Segundo ele, representantes de países de continentes como América e Ásia ganharam mais espaço dentro de um grupo que, até os anos 60, tinha um predomínio europeu.

   Para Dom Odilo, no entanto, a escolha de um novo pontífice é uma “celebração”, e não uma disputa política. Ao comentar sobre o perfil desejável para o substituto de Francisco, o arcebispo de São Paulo afirmou que nenhum sacerdote é igual a outro, e que o importante é a comunhão com o evangelho.

  “Ninguém espere que (o próximo papa) seja um ’Francisco II’. Pode até ter esse nome, mas não será a imagem e a semelhança de Francisco. Será um novo papa, que naturalmente vai cuidar da Igreja, vai seguir a linha do anúncio dos ensinamentos da Igreja, das posições da Igreja. Ninguém espere um papa a favor da guerra, que não cuide dos pobres. O próximo papa vai governar a Igreja com seu jeito, seu caráter e sua personalidade”, declarou.

  Questionado se seria melhor um novo papa mais progressista, como Francisco era classificado, ou mais conservador, o arcebispo classificou essa como uma preocupação externa, e não da Igreja.

   O conclave para a escolha do novo papa ainda não tem data definida. Os detalhes da reunião devem ser divulgados em breve.

   O Arcebispo de São Paulo avaliou que, em sua trajetória, o Papa Francisco deixa um legado de simplicidade e de reformas internas e externas na Igreja. Segundo ele, o pontífice trabalhou para que o Vaticano se voltasse para as periferias do mundo, atuou para correção de “chagas” dentro da instituição e deixou exemplo de “serviço total” na Igreja.

  “Uma das grandes questões dele era tomar a Igreja mais missionária, uma Igreja não voltada para si, mas para o mundo, para comunicar a riqueza da sua mensagem. Na reforma interna poderia ser destacada a questão da firmeza na busca de correção de certos desvios morais dentro do clero, que ele fez com muita coragem”, afirmou Dom Odilo.

   O cardeal também destacou a preocupação do Papa Francisco com as periferias sociais, econômicas e até as periferias de dentro da própria Igreja Católica.

Fonte(s): O Globo/Republicado por Jornal O Sul
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