Persistências de altas temperaturas e chuvas irregulares marcam a previsão do tempo, da MetSul Meteorologia, para a semana no Rio Grande do Sul. O prognóstico para os próximos dias reforça os efeitos da estimativa em partes do Estado, mantendo os produtores rurais, em especial da cultura da soja, em alerta.
As temperaturas devem ficar acima de 35º especialmente no Centro, Oeste e Noroeste do Rio Grande do Sul, intensificando a perda de umidade do solo. Os volumes de chuva previstos são maiores para a Metade Norte gaúcha, conforme divulgado pela MetSul Meteorologia.
No Oeste, Centro e Campanha as ocorrências serão isoladas e em menor volume.
“A maioria das variações está apontando para o que já era esperado. Vamos seguir tendo baixas precipitações e muita irregularidade nas chuvas”, analisa a pesquisadora em Agrometeorologia da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Loana Cardoso.
Loana destaca que a acentuação das condições climáticas que caracterizam o verão é uma situação típica das características do fenômeno natural La Niña. Segundo ela, para recuperar a umidade do solo são permitidas chuvas de pelo menos 40 ou 50 milímetros, pois a demanda evaporativa na estação é de 8 milímetros por dia.
“A recomendação possível aos produtores rurais (soja) é que tendo água reservada consiga de alguma forma se organizar e fazer a irrigação. O período é crítico para a cultura que está em fase de floração e enchimento de grãos”, orienta.
O engenheiro da Emater-RS/Ascar, Alencar Paulo Rugeri, afirma que o período é de cautela. Segundo ele, ainda é inseguro quantificar e afirmar as perdas na cultura da soja por regiões.
“É complexo. Somente após uma chuva mais significativa será possível fazer essa análise”, ponderou, complementando que, no momento, é possível afirmar somente que há sojicultores com perdas significativas.
Além dos sojicultores, os eventos climáticos recentes também trouxeram preocupação extra para os agricultores de Caxias do Sul. Em trinta dias aconteceram quatro episódios severos de granizo, causando prejuízos para os fruticultores. Foram afetados os pomares de ameixa, cáqui, uva e pêssego nas localidades de Bevilacqua, Terceira Légua, Segunda Légua e Fazenda Souza.
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