RS fortalece testagem e mapeamento de casos de varíola dos macacos.

Para qualificar o mapeamento da doença, o Estado também investe na vigilância genômica, mapeando a evolução e as mutações do vírus.

RS fortalece testagem e mapeamento de casos de varíola dos macacos.
Foto: Divulgação/SES.

   Com capacidade de até 500 testes por dia, o Cevs (Centro Estadual de Vigilância em Saúde), a partir do Lacen-RS (Laboratório Central de Saúde Pública do RS) e do CDCT (Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), é referência para exames de monkeypox para toda a região sul do Brasil.

   Para qualificar o mapeamento da doença, o Estado também investe na vigilância genômica, mapeando a evolução e as mutações do vírus. Como o Estado já tem capacidade técnica instalada, a implantação da testagem partiu do interesse da própria equipe da SES (Secretaria Estadual da Saúde) em fornecer um resultado de qualidade para a população.

   A bióloga Regina Barcellos, que atua nos diagnósticos, conta que foi feito um esforço para viabilizar o resultado da forma mais rápida possível. “As amostras de casos suspeitos são encaminhadas pelas vigilâncias municipais e utilizamos os protocolos do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças, em inglês Center for Disease Control and Prevention), amplamente utilizadas em todo o mundo, que envolve uma detecção por PCR em tempo real, também utilizada na pandemia de covid-19, o que nos ajuda para um resultado rápido”, explica.

   Coordenador da Vigilância Genômica no Rio Grande do Sul, o pesquisador Richard Salvato também tem auxiliado no diagnóstico do monkeypox no Estado. “É um vírus que ainda está se adaptando a infecção em humanos e quando isso acontece a tendência é surgir mutações, o que pode mudar o comportamento do vírus, por isso a importância de acompanhar de perto as mutações e os impactos de cada uma delas”, afirma. O pesquisador também observa que vírus de DNA, como o da monkeypox, tem uma taxa de mutação mais lenta; no entanto, essa velocidade está mais alta que o esperado.

   As amostras dos outros estados da região ainda não começaram a chegar ao Rio Grande do Sul, porém a rede já está estruturada para atender a demanda. “Nos primeiros dias chegavam de uma a cinco amostras e agora a média diária está acima de 20”, comenta Richard Salvato.

A doença.

   Segundo dados divulgados em 15 de agosto pelo Ministério da Saúde, o Brasil registra 2,8 mil casos confirmados em 22 estados. Na mesma data, o Rio Grande do Sul havia registrado 44 casos confirmados de monkeypox e outros 170 casos suspeitos.

   Neste ano, é a primeira vez que a transmissão acontece em vários continentes, sem vínculo com viagens à África, região considerada endêmica, onde o vírus já circula há algumas décadas. O diagnóstico para o monkeypox é feito por um teste do tipo PCR seguido de sequenciamento viral.

   O quadro clínico do atual surto é caracterizado por sintomas de erupções cutâneas localizadas, por vezes em apenas uma parte do corpo. O contágio acontece pelo contato direto com as lesões da pele ou com objetos contaminados. A transmissão também pode ocorrer por gotículas respiratórias em contatos próximos.

   Por isso, todo caso suspeito deve ser isolado, realizado teste laboratorial e notificado. Na ausência de complicações ou fatores de risco (como imunossupressão ou gravidez), o isolamento pode ser cumprido em domicílio, com os devidos cuidados do paciente com os demais coabitantes.

   A duração deve ser até a queda das crostas da pele e cicatrização das lesões. Durante esse período, a vigilância do município permanece em contato com a pessoa para o monitoramento.

Fonte(s): O Sul.
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